29 junho 2010

Poema: A tal da solidão.

Ela vai a todo lugar em que estou presente
Até mesmo no meio da multidão
Acho que ela já faz parte de mim.
A sinto quando ela está ausente
E também quando ouço aquela canção,
Por causa dela todos olham para mim.

No ônibus fica ao meu lado
Mesmo quando tem alguém
Caminha comigo quando estou desorientado
Me lembrando que não tenho ninguém
Me assola todas ás noites em meu quarto
E faz eu me sentir muito mal
Todo o dia dos namorados

De vez em quando alguém me pergunta
Porque estou acompanhado dela
E a minha resposta é justamente
O seu nome, que é a falta de companhia
O engraçado é que quem está sem ela
Gostaria de estar acompanhado dela
E que quem a tem como característica
Adoraria jamais senti-la na vida algum dia.

Ás vezes ela é cruel e impiedosa
Ao ponto de trazer a tristeza consigo
Levando muitos, ás lágrimas por isso

Ás vezes ela está na fila do cinema,
Durante vidas inteiras, na hora da morte,
Em uma música, num violão ou num poema

Ás vezes ela me corrói a alma e me aperta coração
Estando até mesmo em meu olhar diante do espelho
E sinceramente acho que ela é a minha maldição
De vidas passadas.

O nada faz com que ela seja tudo
O que uma pessoa não gostaria de ser
Das emoções ela é a menos abstrata
E a mais concreta, pois é vista a olho nu
Se fosse literalmente um veneno seria infalível
Pois seria inodora, incolor e insípida
E fatalmente nociva a qualquer alma viva.

Para alguns ela é uma justa punição
Para outros talvez, insanamente uma opção
E ainda para outros uma implacável maldição
Que mesmo ao se afastar continua por lá
Sorrindo como sempre faz
Quando a olham com medo
De que ela algum dia volte
E ela chega a acenar demonstrando
Que isso é sim possível.

P.S: Evite-a meus amigos, não façam como eu que acabei me tornando amigo dela.

Dom Juan Ricthelly.

Um comentário:

  1. A solidao e veneno
    A solidao e alivio
    A solidao me mata
    So a solidao me entende

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