29 dezembro 2010

Reflexão.

O amor verdadeiro pra mim é como um ônibus que estamos a horas esperando, que já estamos cansados de esperar, mas que não conseguimos deixar o ponto de ônibus e ir pra casa, porque sentimos que na hora em que fizermos isso ele vai passar e vai demorar mais uma vida inteira pra passar de novo.

25 dezembro 2010

Frase

"Eu quero uma mulher normal do povo.
Não quero uma mulher global de novo.
Eu quero uma mulher que me ame no Natal e no Ano novo.
Amor no caviar, no pão com ovo.
Namoro num fusquinha ou num Volvo.
Eu quero uma mulher que me ame no Natal e no Ano novo." Frejat.

Porquê ninguém entende?

24 dezembro 2010

Um beijo qualquer.


E a magia começa quando os lábios se tocam
Se sentem, mentem e desmentem.
Línguas se procuram... Se encontram... E se degustam.
Os lábios se unem numa ação comum
Onde dois, por breves momentos são um.
Os olhos se fecham e esquecem de tudo
Como forma de se entregar praquele mundo
Que não precisa de visão ou audição
Mas necessita do paladar, por cada gosto peculiar
Do tato que se estaciona na nuca, no rosto e na cintura.
E do olfato que através do perfume é uma das portas da loucura.

O segundo que antecedeu o beijo,
Agora não passa de uma mera lembrança
O segundo em que aconteceu,
É um marco fora do tempo e espaço
E os segundos que o precedeu,
São saudade e vontade de repetir o ato.

O tempo parece parar e o centro do mundo que parece girar
Se torna exatamente o lugar onde os dois estão agarrados
Naqueles instantes onde não há antes e depois
Apenas o desejo... Apenas o agora.

Os batimentos e o pulso aceleram
E os dois esquecem quem eram
Só pensando no que são agora
A respiração oscila entre o suave durante
E o pós-ósculo ofegante.

Que quando enfim chega ao fim
É seguido de abraços silenciosos 
Num descanso de braços e olhos nos olhos
Em que o primeiro beijo deu lugar
A vários beijos novos e semi-novos.

Dom Juan Ricthelly, Brazlândia-DF, 2010.

Personalidades: Carlos Drummond de Andrade.

Dados:
Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.
Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.

Minha opinião:
            Me lembro até hoje o primeiro poema que ouvi de Carlos Drummond de Andrade, eu estava na sexta série numa aula de português, então a professora mandou abrir o livro na página indicada por ela. Me recordo que era o poema Balada do Amor através das Idades, eu achei tão lindo que resolvi decorar. E fiquei estagnado a isso por uns anos, mas no Ensino Médio fiz um trabalho sobre ele no auditório da escola, aí a minha admiração se consolidou.
            Ele é um poeta versátil, tem horas que fala de amor, outras de sexo, tristeza, indagações... Tem horas que usa rimas e tem horas que não. Aborda assuntos tão complexos numa simplicidade fazendo com que as emoções humanas pareçam fáceis de explicar num mero verso, porque pra ele realmente era.
            Espero um dia atingir pelo menos parte da maturidade poética que esse mito da poesia brasileira alcançou ao longo dos anos.
           
Citações Ilustres:

“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.”
“A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca.”
“Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer.”
“A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas.”
“Amar se aprende amando.”



22 dezembro 2010

MÚSICAS QUE FALAM POR MIM: DUETO.

Eu gostaria de dedicar essa música a alguém muito especial que vive á léguas de mim e que só tive o prazer de ver umas duas vezes por breves momentos, e confesso que foram breves momentos muito intensos, porque foi através deles que entendi que o olhar é a porta pra alma de uma pessoa e que mesmo sem palavra alguma os olhos podem dizer muito mais do que talvez tentasse ser dito, é uma espécie de encanto a primeira vista que você vive e sente, mas não entende o que está vivendo e sentindo. E você também não faz questão de entender, só quer se deixar levar e ir até onde tiver que ir, porque é algo bem maior que você e qualquer coisa que você possa sonhar em imaginar. É pra você Bia, minha borboleta, minha flor e minha mais nova parceira de composição.

Composição: Chico Buarque.

Consta nos astros, nos signos, nos búzios
Eu li num anúncio, eu vi no espelho, tá lá no evangelho, garantem os orixás
Serás o meu amor, serás a minha paz.

Consta nos autos, nas bulas, nos dogmas
Eu fiz uma tese, eu li num tratado, está computado nos dados oficiais
Serás o meu amor, serás a minha paz.

Mas se a ciência provar o contrário, e se o calendário nos contrariar
Mas se o destino insistir em nos separar
Danem-se os astros, os autos, os signos, os dogmas
Os búzios, as bulas, anúncios, tratados, ciganas, projetos
Profetas, sinopses, espelhos, conselhos
Se dane o evangelho e todos os orixás
Serás o meu amor, serás a minha paz.

Consta na pauta, no Karma, na carne, passou na novela
Está no seguro, pixaram no muro, mandei fazer um cartaz
Serás o meu amor, serás a minha paz.

Mas se a ciência provar o contrário, e se o calendário nos contrariar
Mas se o destino insistir em nos separar
Danem-se os astros, os autos, os signos, os dogmas
Os búzios, as bulas, anúncios, tratados, ciganas, projetos
Profetas, sinopses, espelhos, conselhos
Se dane o evangelho e todos os orixás
Serás o meu amor, serás amor a minha paz.




20 dezembro 2010

Mesma moeda?

Um amigo pediu pra que eu desse uma lida e dissesse o que eu achava, e confesso que gostei do estilo dele e fiquei surpreso, pois ele nunca foi de escrever, isso só confirma a minha teoria de que todo ser humano é um poeta em potencial. E como esse blog não é um espaço só meu, pedi a permissão dele para postar, porque achei um texto à altura do EPU.

Ódio flui nas veias como veneno.
Consumindo tudo ate não restar mais nenhuma parte que se veja livre dele.
Existem pessoas que foram feitas pra amar.
E também existem pessoas que existem apenas para odiar.
Será que a questão dos dois é uma mera escolha?
Ou será que você esta predestinado a sentir amor ou ódio?
O mais curioso é que o que separa os dois é uma tênue linha que você pode atravessar a qualquer momento.
Mas como saber se você atravessou a linha para um lado oposto?
Como saber se o que você sente é realmente ódio?
Ou se é realmente amor?
O que acontece quando você não sabe o que sente?
Será que você fica invulnerável?
A questão é que você pode ficar.
O amor assim como o ódio tem lá suas vantagens.
Com amor você se sente forte, sempre pronto para proteger a pessoa amada, você é feliz.
E ódio faz com que você continue a lutar, mesmo quando a situação está perdida.
Você se lembra da situação que provocou tal sentimento e tenta esquivar-se para conseguir seus objetivos não importando quais sejam, e a que custas sejam.
Mas ambos têm suas desvantagens também.
Com o amor você pode se perder pela pessoa que se ama e abrir um buraco que dificilmente se fecha.
E com o ódio, você pode estar tão cego em conseguir seus objetivos que não se importa o que venha pela frente, você passa por cima, podendo até ser pessoas importantes.
Então amor e ódio são lados diferentes de uma mesma moeda.
A questão é qual dos dois você sente.

JP, Brasília 18 de dezembro, de 2010

19 dezembro 2010

Sobre eu e ela.

Entre dissabores e vivências, eu te encontrei.
Calmo e sereno, com seu melhor sorriso me recebeu.
E o seu olhar me fitava profundamente por instantes
E eu sentia minha alma invadida pelo brilho dele.
E como que por encanto, como se tudo fosse escritos nas linhas tortas do destino
Você se tornou parte de mim e eu me vi ligada a você.
Era uma ligação incomum, forte e inexplicável
Parecia algo de outro mundo, de outras vidas e de tempos imemoriais.
E como tinta numa tela, nossas vidas se misturaram.
Destarte que me tornei cativa em seu enlace.
Foi como beija flor e flor, noite e luar, praia e mar.
E até musicas desconhecidas aprendi a cantar
Atendendo a um pedido que na hora não foi atendido
Mas que um dia hei de cumprir em seu ouvido.
E como canta na balada, fomos feitos um pro outro,
Feitos pra durar. Como uma luz que não produz sombras.
Resumindo numa frase: aprendi a te amar.
E há amor de verdade ventilado de saudade de você e daquela cidade
Que parece ter sido feita para nos encontrarmos exatamente lá.
E o que existe é uma distância que maltrata e até engana
Mas não mata uma vontade imensurável de amar e com você estar.
E se pudesse hoje em teus ouvidos sussurrar,
Lhe diria que te quero, pediria só um beijo.
E imploraria que viesse comigo ficar.
E eu não daria só um beijo, daria mil e quantos fossem preciso
E perderia o juízo, pra te fazer feliz e ver o seu sorriso.
E eu iria sim de Brasília a Palmas só pra ficar contigo.
E eis que dessas mal traçadas linhas não espero um final.
Aguardarei o dia em que se farás presente. Então aquele beijo será cobrado
E aquela saudade não mais sentida.
E como que numa cena final de comédia romântica
O casal se encontra e se beija abraçado
Como algo que demorou muito para acontecer
Mas que a muito era esperado.

Bia e Dom. Palmas-TO/Brasília-DF. 2010.

18 dezembro 2010

Devaneando.

Última nota.   'O derradeiro pedido de perdão talvez.

O marasmo me traz movimento. Mas eu quero ficar quieta, em posição fetal. Eu quero me proteger, já sofri mais que imaginei que suportaria. Vou sobreviver. Tempo ao tédio. Cura aos fracos. Não me afeta mais. Isso perdeu a relevância, há algo mais importante que deve ser dito,  você precisa saber que me fazer te esperar por tantas 24 horas pode acabar me fazendo ir embora. E antes que isso aconteça o momento exige um pedido de desculpas, ai sim poderei arrumar as malas com tudo aquilo que construimos juntos, porém agora eu é que irei carregá-las sozinha. Ao pedido de desculpas então: Quero seu perdão às vezes que rejeitei teus braços abertos. Às vezes em que me neguei a aceitar teu coração, quando você o me oferecia de bom grado. Perdão pelas vezes que baixei os olhos quando os teus me perseguiam ardendo em desejo. Perdão pelo tom de tragédia com que tudo terminou, sei que a culpa é minha. Perdão uma última vez por ter querido, tarde demais eu sei, me tornar cativa em tuas grades. Agora por tudo que fui, e por todas as mudanças que me causou, você irá me negar. Como o resto do conhaque barato nos copos tortos, como aquele cigarro meio fumado. E nesses dias triste meu universo gira numa simetria perfeita, como se as peças se encaixassem. Sei que não mereço essa estranha harmonia. E tudo isso me irrita profundamente, a calmaria. Essa calma tão errada, tão generozamente errada.
...tomo o derradeiro gole desse vinho, soa o último acorde daquela música popular-romanticazinha, e pondo fim a esse mal fadado conto-de-fadas ao avesso me entrego ao último trago de um cigarro. Mal sabem eles como fico sentimentalistazinha com essas cousas. Mas eis que há fim e no fim, começo.

B.
Palmas-To, Dezembro de 2010

17 dezembro 2010

MÚSICAS QUE FALAM POR MIM: Eu não existo sem você.


Essa é uma música que mistura a simplicidade de expressar algo tão belo como o amor e a grandiosidade em beleza que há em cada palavra desse magnifico poema canção, em que a mensagem é por mais que se sofra, por mais que haja empecilhos, nada disso importa, porque se aquela pessoa é nossa não há nada no mundo que a tire de nós, porque o amor é algo maior que tudo dessa terra. Eu sei que isso é meio brega, mas foda-se eu sou brega mesmo, mas eu adoraria tocar esse música pra alguém um dia.

Composição: Tom Jobim/ Vinicius de Moraes

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor, não tenha medo de sofrer
Pois todos os caminhos me encaminham prá você
Assim como o oceano só é belo com o luar
Assim como a canção só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem só acontece se chover
Assim como o poeta só é grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor não é viver
Não há você sem mim, eu não existo sem você

15 dezembro 2010

Para tentar rir: O pai diabo.

O pai do menino estava indo para o trabalho, quando o menino pergunta:
-Pai você é o diabo?
-Claro que não meu filho, da onde você foi tirar essa idéia?
-Porque todo o dia quando você vai para o trabalho
a mamãe abre a porta para o vizinho e fala:
Pode entrar, o chifrudo já foi.
"Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos” Paulo Sant'Ana.

Divagação Monologa: Amor e paixão.

Muita gente confunde ou não diferencia amor de paixão. Que a meu ver são coisas bem distintas, não sou um expert na seara dos sentimentos humanos, mas como qualquer pessoa eu já os senti, e não é só, às vezes sinto essas emoções numa intensidade que chego a me questionar sobre o que estou sentindo e me pergunto se as outras pessoas sentem isso da mesma forma que eu.
Discordo profundamente de quem diz que o amor é cego, porque é através do amor que enxergamos as pessoas como elas realmente são e justamente por amar as aceitamos com todos os defeitos e qualidades. Já a paixão sim é cega, cega ao ponto de não sermos capazes de visualizar um único defeito na pessoa, e quando por ventura o enxergamos achamos o máximo, sem mencionar que não só a visão, mas todos os sentidos se voltam pra pessoa fazendo com que esqueçamos do nosso mundo para viver em função de outro que quanto mais se conhece mais se quer conhecer.
Amor é estado de graça, paixão é doentia, o amor é sereno e a paixão é ardente. Quando estamos amando o que mais queremos é estar com a pessoa, quando estamos apaixonados o que mais queremos é ter a pessoa. Quando estamos amando parece que vamos levitar e sair voando a qualquer momento, quando estamos apaixonados perece que temos uma fogueira de 1.000 Cº no peito esquerdo que vai desintegrar o corpo em cinzas a qualquer instante. Mesmo com tantas diferenças, uma semelhança notável é que tem horas que essas emoções parecem ser desproporcionalmente grandes para corpos tão pequenos de carne e ossos de uma forma que parece que uma explosão nuclear com epicentro em nós mesmos vai acontecer com direito a cogumelo atômico e todas as catástrofes provenientes dessa explosão de tamanha magnitude. Sei que para alguns minhas descrições podem parecer exageradas, mas é assim que me sinto.
Se apaixonar é fácil, às vezes é fácil até demais, nos apaixonamos por olhares, beijos e qualquer detalhe fútil que nos chama a atenção. Agora amar sim é complicado, é de certa forma um exercício constante, como dizia o meu saudoso Carlos Drummond de Andrade: “Amar se aprende amando.” O amor tem que ser construído como uma casa, a paixão já vem pronta como um fast food que temos pressa em consumir. Paixão é puro prazer masoquista, pois parece que adoramos ser maltratados quando estamos apaixonados, por continuar lá como um cachorro que apanha e sempre volta em busca de carinho apanhando novamente nesse ciclo vicioso. Amar dá medo até mesmo quando há reciprocidade, há um receio de se acordar e aquele sonho acabar e ficarmos a ver navios sozinhos na praia como sempre estivemos. E isso dói, porque como costumo dizer: “quem passar a vida inteira no inferno de solidão e passar um único dia no céu, nunca mais vai querer voltar pro inferno”.
Agora os que discordam de mim me perdoem, mas não acredito em amor a primeira vista, pelo menos não da forma que eu o sinto, acho incabível amar alguém instantaneamente a partir do momento em que se vê pela primeira vez, acredito que pode haver simpatia, empatia, inveja, atração e até mesmo paixão a primeira vista, mas de forma alguma amor, porque amor é algo muito além de uma olhadela superficial a esmo.
Em momento algum eu quis dizer que um é melhor que o outro, só quis falar sobre o quanto são diferentes, então amem, se apaixonem, mas em momento algum deixem de sentir essas emoções, porque por mais que doa às vezes, depois saímos mais fortes e dignos para viver outro amor ou outra paixão, pois são os sentimentos que enriquecem e embelezam as pessoas por dentro.
P.S: "A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.” Autor desconhecido.
“Só um ano de amor é melhor que uma vida inteira de solidão.” Freddy Mercury.

Possibilidades.

Estou aqui em meio ao silêncio desse momento
Perdido em mim e em meus pensamentos
Lembrando de coisas que se foram e não voltam
Que não foram e já passaram
Que podiam ter acontecido e não aconteceram
E pensando em tantas outras coisas
Que poderão ou não acontecer.

Dom Juan Ricthelly, Brazlândia, 2010.

O amor é.

O amor é bem maior que qualquer distância
Que insista em separar um casal que se ama
Não importa se são meros metros
Se são léguas, ilhas ou algumas milhas.

O amor é bem maior que a morte
Maior que o azar e maior que a sorte
Pra ele não há sul ou norte
Quando a saudade é forte.

Amar é viver.
É sofrer.
E às vezes não ter.

Amar é doer.
É sentir.
E às vezes sofrer.

Dom Juan Ricthelly, Brazlândia, 2010.

Eu quero você.

Eu não quero dar o braço a torcer
Mas não consigo parar de pensar em você
Evito até mesmo dizer
Pra ver se consigo esquecer.

Eu sei que você não me quer
E que não vai me querer
Te conheço como você é
E sei que o quero não vai acontecer.

Você é minha amiga
Já escrevemos poemas e cantigas
Rimos a beça de coisas antigas
E nos beijamos naquele dia.

Ligo e você não atende.
Escrevo e você não lê.
Sinto e você não entende.
Eu sofro e você não vê.

Sinceramente não sei o que vai ser.
Pois quando não estou com você,
Só penso em estar com você
E no quanto eu quero você.

Dom Juan Ricthelly, Santa Maria-DF, 2010.

12 dezembro 2010

Poema Canção: Goles de Solidão.

Eu me perco em meio a goles de solidão
Tentando esquecer aquela paixão
Que veio do nada como um furacão
Me deixando em pedaços de destruição.

Na hora foram beijos de desejo
Anseios futuros inseguros
Em meio ao corpo a corpo do ensejo
De seios com seios no escuro.

Agora não sei bem como
Te dizer a verdade
De que goles de solidão
Não matam uma paixão
Pois alimentam a saudade.

Bebo cada vez mais tentando te esquecer
Me esqueço de tudo,
Me esqueço do mundo
Mas não me esqueço você
Que ultimamente é a mulher ausente
Mais presente em minha mente

No fim de mais uma noite fria
Inundada em boemia
O que me resta são garrafas vazias
A ressaca moral do outro dia
E um sonho que renasce em fantasia
Ventilada de esperança e melancolia

Agora não sei bem como
Te dizer a verdade
De que goles de solidão
Não matam uma paixão
Pois alimentam a saudade.

Dom Juan Ricthelly, Pedregal-GO, 2010.


10 dezembro 2010

Só de sacanagem.

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
" - Não roubarás!"
" - Devolva o lápis do coleguinha!"
" - Esse apontador não é seu, minha filha!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão:
“ - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.”
E eu vou dizer:
”- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.”
Dirão:
" - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
E eu direi:
” - Não admito! Minha esperança é imortal!”
E eu repito, ouviram? IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.

Elisa Lucinda.


09 dezembro 2010

Frase

"A maior covardia de um homem é, despertar o amor de uma mulher sem ter a intenção de amá-la"

Divagação Monologa.

Uma vez poeta sempre poeta, acho que isso é uma verdade absoluta embora eu não costume acreditar em verdades absolutas. Mas vamos parar pra pensar... O que caracteriza um poeta é o impulso inspiratório que o motiva a expressar os seus sentimentos através de versos e estrofes, logo subentendesse que se uma pessoa qualquer escreve poemas, logicamente ela é um poeta ou poetisa e isso é algo sem volta que se define entre o antes e o depois do primeiro poema, acho que a vida de um poeta é medida dessa forma A.P.P e D.P.P.
Então se você alguma vez escreveu algo poético ainda que tenha sido uma droga, você é um poeta. Ainda que você tenha perdido os versos e não os tenha memorizado o fato é que você o escreveu um dia e fatos podem até ser simplesmente esquecidos, mas jamais apagados.
Acredito que não há poeta profissional ou amador no sentido que as pessoas costumam dar a essas palavras, pois isso não é profissão é algo muito além disso, é um prazer que chega a ser místico, e amador todo poeta é no sentido de amar alguma coisa que o impele a escrever, só o amor a poesia em si já faz dele um amador.
É claro que existem os famosos e reconhecidos por todos, quem nunca ouviu falar de: Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Olavo Bilac, Manoel Bandeira, Clarice Lispector e tantos outros? É evidente que eles são indiscutivelmente ótimos, mas a fama não os torna mais poetas do que os anônimos desconhecidos, pois não se faz poesia com intuito de ser famoso, se faz pelo tesão de se expressar através de frases e rimas, claras ou confusas, mas cheias de sentimento em cada caractere.
Acho que todo ser humano é um poeta em potencial, porque como disse uma amiga certa vez, somos complexos diversificados de emoções: Amor, ódio, esperança, paixão, dor, solidão, amizade... E a essência de todo poema é uma ou várias emoções, e todos nós estamos impregnados delas, prova maior disso é a vida que é a maior e mais bela poesia de todas que já foram e serão feitas.
Então se você algum dia escreveu algo, não se esqueça que você é um poeta, logo volte a escrever. E se você nunca escreveu tente escrever, pois você é um poeta em potencial. Claro que vão ter vezes que não vai haver inspiração e seus poemas vão sair uma droga, mas lembre não é só de obras primas que é feito um artista, eu amo Legião Urbana, mas têm músicas deles que eu acho uma droga, eu venero Vinicius de Moraes e já li poemas dele que puta que pariu. E não se esqueçam, uma vez poeta, poeta até morrer.

05 dezembro 2010

Thiago e Kelly



Tenham calma e tentem ver tudo isso
Apenas como um começo difícil
E lembrem que não há noite escura
Que não seja precedida pela aurora.
Estive com vocês por um bom tempo
E conheço suas forças e fraquezas como ninguém

Foi um caminho árduo até vocês se encontrarem
Então agora, por favor, não parem
Sem antes lutar de todas as formas
Para ficarem juntos o tempo que for preciso.

Não abram mão um do outro por nada nesse mundo
Aproveitem de coração cada hora, cada minuto
Com o encanto que há nos primeiros segundos
E a vontade de viver dos últimos segundos diminutos.

Beijem como se estivessem numa cena de cinema
E enquanto se abraçam esqueçam os problemas
Sintam muita saudade
E não deixem de sentir o coração doer
De tanta felicidade ao se reencontrarem

Ouçam músicas...
Vejam filmes...
Escrevam poemas...
Contem histórias...
E sorriam muito juntos.

Se apreciem ao máximo.
Se encantem a cada instante.
Se conquistem todos os dias.
E nunca se desapaixonem.

Ninguém falou que ia ser fácil
Pois a vida não é como nos romances
Ainda que haja romances na vida.

Dom Juan Ricthelly, Gama-DF, 2010.

P.S: “O amor é um deus pagão. Não se contenta com orações, pois exige sacrifícios.” Quero ardentemente que vocês dêem certo, pois estou no meio do campo, e caso as coisas se espedacem vou ter que ajudar a catar os cacos de ambos os lados sozinho.

Ao pé da letra: Segurando vela.

Inspiração.


Ela surge quando quer.
Translúcida e silenciosa
Em uma surdina misteriosa
Tem um poder transformador revolucionário
Que inunda a mente de visionários.

Ela transforma pedra e pau em escultura
Telas e tinturas em pinturas
Emoções em poemas
E histórias em cinema

Ela torna acordes em canção
Palavras em obras literárias
Movimentos corporais em dança
E a mais simples das mulheres em musa.

Sempre está acompanhada de um sentimento
Ou de um desejo ardente e incontrolável como a chama
Pode ser a pureza celestial do amor
A incerteza colossal diante da vida
Ou suplicio cruciante da dor

Pode ser aquela saudade de verdade
O despudor descomunal da luxúria
Ou aquele ódio sem fim e sem cura

Pode ser o frio da solidão
O calor da companhia
O furor de uma paixão
E a simplicidade da alegria

As vezes ela some de forma tão repentina
Quanto costuma surgir
Deixando um vazio enorme em quem a possuía

Ela é intangível a principio
Pois não passa de uma mera idéia
Um reles devaneio
Um sonho surreal

Depois vai criando forma
Se materializando através das artes
Se apresentando através da arte.

Ela possui nomes variados
E é sentida de formas distintas
Que mudam de pessoas pra pessoa

Pra uns é a tão sonhada criatividade
Pra outros a tão natural imaginação
E pra outros uma linguagem universal e infinita
Que melhor se define como inspiração.

Dom Juan Ricthelly, Brazlândia 2010.

04 dezembro 2010

Relógio



Meu relógio tem seu próprio tempo: Na madrugada ele corre, mal espera meus olhos fecharem e já quer me incomodar com esse negócio de acordar.

Passam-se os segundos e aquela aula não acaba nunca, ele brinca comigo como se eu fosse seu escravo -e sou.
Em ponteiros maiores ele me perturba mais ainda, os dias demoram tanto passar como se nunca fossem chegar, as horas riem de mim, tão longe... e riem de mim mais ainda quando não as vejo passar.

A final de contas, preciso de um novo relógio?
Já me disseram que preciso de novos hábitos.
Eu ainda acho que um novo relógio é uma idéia melhor.

Eu gosto dessa anciedade, apesar das horas, minutos e segundos rirem de mim quando estão longe, quando estão perto elas riem comigo... Somos todos gratos uns aos outros... Ora, sem quem esperar, de que adiantaria a existência do relógio?

Na verdade ele precisa mais de mim do que eu dele, pois sou eu quem gasta tempo com ele e faz sua existencia ter sentido.

Não sou escravo do relógio, nem ele de mim. Somos ambos escravos do tempo: Ele nos prende, nos limita e nos distancia daquilo que mais anciamos, quando percebemos os momentos já passaram, os minutos viram horas e as horas se vão como se fossem segundos, sem mesmo dizer um adeus.


Ríller Queiroz, Goiânia 2010.

30 novembro 2010

Devaneios tolos.

Eu queria saber porque nas noites de verão
Sinto tanto frio
Acordo cedo todas as manhãs em busca de algo
Que desconheço, não encontro
E por isso me sinto incompleto e vazio

Caminho por noites enluaradas
Olhando as estrelas
Me perguntando a razão de tudo isso
Chego a enlouquecer sozinho
Em meio a devaneios e questionamentos
Sem sentido

Sonhei milhares de vezes
Com alguém sem rosto, sem nome
Mas que me amava enquanto eu sonhava
E que me fazia sofrer por ser uma mera fantasia
E não a realidade de um dia qualquer

Chorei em meio às pedras
E elas choravam silêncio comigo
Mas me ouviam a cada segundo
Sem se importar com os motivos
De tudo aquilo

Tem horas que eu grito o máximo que posso
Chego a ficar sem voz
Fico com a respiração ofegante
Olho pro céu azul
E depois do cansaço dou um suspiro

Olho pro horizonte até a minha vista cansar
Vejo montanhas e vales
Imagino um lugar que talvez na exista
E surge uma vontade imensurável
De sair voando para lá.

Dom Juan Ricthelly, Gama-DF, 2010.

Musica do dia

Metade - Adriana Calcanhoto


Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim...


Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio
Onde será
Que você está agora?


E ele se tornou pra ela, tal qual uma droga,
cujas doses diárias tinham um limite certo,
que pouco a pouco chegavam ao fim.
E mesmo sabendo de todas essas coisas
ela era fraca demais para conseguir deixá-lo.
Ou era forte demais, pra aguentar calada
cada pequena pontada de dor e rejeição
que implicitavam num fim próximo.

Afinal, ela o amava.
Pura e simples assim.
E o que se fazer quanto sua alma já foi mudada de uma forma tão permanente?

Bianca Cardoso

27 novembro 2010

Lar doce lar

Deitado, vejo do único buraco em minha parede o mundo lá fora. Nesse pequeno buraco vejo um céu azul, uma noite escura, alguma estrela, algumas nuvens. As vezes a lua aparece para contemplar minha morada.

Acima da casa
tem uma árvore que as vezes balança com o vento e tapa o buraco com suas folhas. Quando está claro, a sombra me conforta e faz com que meus olhos vislumbrem o suave movimento daqueles galhos, me se sinto bem com sua sombra e com o perfume daquelas flores. Já a noite ela me atormenta, os galhos tomam formas assombrosas e parecem mãos; sinto-as me puxar pra escuridão quando é noite fria e de ventos fortes.


Minha casa não é lá muito grande, mas é a conchegante. Quem visita gosta muito. Tenho alguns quadros e um porta-retrato com uma foto de vários amigos, agora todos distantes e alguns já até mortos. Tenho uma pequena biblioteca em construção, poucos livros, mas bons livros. Tenho também um violão e, de vez em quando algumas garrafas vazias. Não gosto de televisão, entretanto tenho uma, ela é como a janela que falei acima, mas nela vejo outros mundos.

Moro só, num bairro um pouco afastado onde poucas pessoas passam. Raramente alguém me visita, mas ultimamente tenho recebido uma visita constante e tenho apreciado isso. Aqui é seguro e calmo, sempre saio e me misturo à multidão, mas é aqui em casa que meu espírito se aquieta, onde contemplo o passado e imagino o futuro.
Vou convidar todos pra uma festa futuramente...

Lar doce lar.


Ríller Queiroz, Goiânia 2010.

25 novembro 2010

Um anel vale mais que mil palavras.

Divagação Monologa: Relacionamentos e compromissos.

Atualmente vejo muitas pessoas reclamarem da inconstância e da falta de seriedade nos relacionamentos afetivos. Vejo muitos dizerem que gostariam de serem levados a sério por alguém, mas na prática nem eles mesmos se levam a sério, consequentemente são incapazes de levar alguém a sério, logo subentendesse que querem seriedade da pessoa em relação a eles e não deles em relação à pessoa de forma recíproca, querem receber sem dar, o que acho uma grande hipocrisia.
Já ouvi o absurdo de que namorar é retrógado e de que o casamento é uma instituição falida. Discordo ferrenhamente de quem pensa dessa forma, eu particularmente namorei uma única vez e até momento não me casei, mas mesmo assim me sinto a vontade para expressar a minha opinião. Acredito que o problema não seja o namoro ou casamento, acredito que o problema são as pessoas que não tem maturidade e pulso o suficiente para compreender o verdadeiro significado do que é um compromisso.
Acho que uma das maiores falhas é confundir posse sentimental com posse física, que a meu ver são coisas completamente distintas, uma mulher pode muito bem ser dona do meu coração que é uma parte especifica de mim, mas em momento algum ser a minha dona, porque não sou um bem ou uma propriedade dela, eu sou uma pessoa livre e com vontade própria, logo não sou de ninguém.
Muitos casais parecem disputar uma “queda de braço” onde ganha quem for mais mandão, possessivo e ciumento. Um quer se sobrepor ao outro de forma imperativa através de ordens puramente egoístas, se tratam como objetos que se possuem, agem com ciúme por serem inseguros consigo mesmo e por não conseguirem confiar plenamente na outra pessoa. Têm um medo doentio de serem traídos, sendo que na maioria das vezes eles mesmos traem. Se você é uma dessas pessoas vou te dizer uma coisa que talvez até saiba, mas que não quer admitir, a verdade é que se a pessoa quiser te trair, com toda certeza ela vai, independente do fato de você ser um maníaco obsessivo que tenta controlar e mapear os passos dela.
A meu ver todo relacionamento é um contrato em que contratamos e somos contratados por outra pessoa para suprirmos necessidades mutuas e coisas que a pessoa possui e faltam em nós e vice e versa, acho que o objeto principal e universal deste contrato deveria ser a felicidade plena das partes onde a “queda de braço” de que falei deveria ser no sentido de um tentar fazer o outro mais feliz do que o outro tem feito, ou seja, uma disputa em que ganha quem proporcionar mais felicidade ao seu parceiro.
No entanto uma das maiores preocupações na realidade é a de querer mudar a outra pessoa moldando-a ao seu modo ao invés de amá-la e aceitá-la como ela é, as pessoas só querem ficar com as qualidades do outro e lutam constantemente para extinguir os defeitos e as diferenças que irritam, buscam constantemente tirar os espinhos da rosa, mas em momento algum param pra pensar que os espinhos fazem parte e que quando assumiram um compromisso com a pessoa a quiseram como ela era, com todos os defeitos, qualidades, prós e contras, logo mudanças forçadas são imaturas, pois se tiver que haver uma mudança pra pior, ou melhor, ela virá de forma paulatina e natural.
De nada adianta todo o amor e sentimento se certas coisas não forem entendidas, um relacionamento se cultiva junto, é como uma planta que precisa de calor, vento, água e uma terra cultivável e propicia pra florescer e dar bons frutos. Esse negócio de transformar uma relação numa prisão ou numa ditadura de emoções é coisa de tempos passados, pois quem ama liberta porque o amor é a liberdade é companhia de outra pessoa. A você que tem alguém espero que honre o seu compromisso, tenha uma relação saudável e que além de ser feliz faça o outro feliz, já a você que assim como eu é um lobo solitário desejo que você encontre alguém que te corresponda a sua altura e saiba dar todo o valor que você merece.

P.S: Que fique claro que não estou de forma alguma criticando as pessoas que gostam de tocar o “foda-se”, eu mesmo até gosto, a minha critica é em relação às pessoas que assumem um compromisso e não o honram como deveriam e o culpam por suas infelicidades se esquecendo que uma porcentagem alta delas é sua culpa.
No mais é só, claro que há outros vícios além dos que mencionei, to com preguiça de falar deles.

21 novembro 2010

O último adeus.

E tudo acaba de forma repentina.
A vida se esvai, a alma se vai
E um corpo cai.

Se havia o mínimo de amor,
Como quase sempre há.
Começa um chororô de pura dor
Que parece que nunca vai findar.

Os olhos marejados se tornam uma constante
Em meio a abraços de laços
E dizeres de condolência abundante.

O silêncio se espalha e do nada desaparece
Quando rugem suspiros vazios
E olhares vazios que duram instantes
Em um triste frenesi errante.

A hora do adeus se aproxima
E todo mundo fica em cima
Pedindo que Deus acolha bem a alma lá em cima.

Cantasse cânticos
E lê-se a bíblia
Em meio a prantos
E lembranças de vida.

A marcha fúnebre começa
E o cântico recomeça
Em meio a uma multidão que logo se dispersa.

Parentes e amigos estão presentes
Na despedida daquele ente
Que de seu corpo está ausente.

Por alguns instantes as pessoas se calam.
Os últimos minutos se intercalam
Entre momentos de silêncio e orações
E prantos unissonicos dissonantes
Que regam corações inundados de tristeza.

O coveiro começa seu trabalho
De transformar cova em alcova.
Rosas caem enquanto o caixão cai
Em meio a palavras de vai em paz.

A última pá de terra termina de cobrir tudo.
Aqui em cima continuará claro
E lá embaixo um lúgubre escuro.

O ritual em fim termina
Como símbolo de uma sina
Que todos enfrentarão algum dia.

E o que sobra é uma casa...
É um quarto, varias roupas e coisas
Que agora são rastros de uma vida.

E depois que tudo passa o que resta
São histórias, memórias e lembranças vazias
De quem passou e nos deixou nessa vida.

Dom Juan Ricthelly, BSB 2010.