26 setembro 2010

Divagação Monologa: Odeio baladas.

Ontem aceitei um convite de um amigo pra ir a uma festa, acho que só aceitei pra agradar mesmo, porque até as pedras sabem que não sou muito de festas. Tenho dó dos meus amigos que tem que me aturar, o legal é que pra mim só mudam os donos das festas, a minha a reação todas elas é praticamente a mesma, porque não vejo diferença.
A primeira coisa que não gosto é o fato de você está no meio de sei lá quantas centenas de pessoas que você nunca viu na sua vida e que provavelmente nunca mais vai ver depois daquele dia, com algumas exceções é claro. E ficam lá aquele bando de pessoas que nunca se viram tentando transmitir uma imagem de pessoa legal e que sabe curtir a vida pra outras pessoas que nunca mais verão.
Outra coisa que detesto são as músicas que tocam, colocam a porra de um som automotivo de sei lá quantos decibéis, com um DJ chato pra caralho que muito possivelmente não tem nada melhor pra fazer da vida, com algum nome escroto como DJ Bob Esponja, DJ Já morreu, DJ Vai morrer... Parece que quanto mais ridículo for o nome mais respeitado o cara é. Quem me conhece sabe o quanto sou criterioso com as músicas que ouço e em festas parece que fazem uma coletânea de tudo o que não presta no momento e tudo o que também não prestou no passado, puta que pariu!!! O que leva um cara a tocar ‘Morango do Nordeste’ numa festa umas quatro vezes? Sem contar aquela avalanche de funk, rebolation, axé, pagode, música eletrônica... Será que ainda fazem festas com música de qualidade nesse mundo? Se por ventura alguma alma viva fizer eu adoraria de um dia ser convidado. A droga do som fica tão alto que você tem que falar gritando com as pessoas no ouvido delas, você sente dificuldades até pra ouvir os seus pensamentos.
A pista de dança é um lugar bastante engraçado e curioso, porque todo mundo que está solteiro vai pra lá tentar azarar a primeira coisa viva do sexo oposto que der mole e quem tem alguém vai pra mostrar pras outras pessoas que não está só. Tem aquele jogo de luz que faz você sentir que está andando em câmera lenta e aquela fumaçinha de gelo seco que tem um aroma que se junta com o suor de todo aquele povo que passou a noite inteira enchendo a cara e dançando até o chão, que se torna algo que eu denomino de ‘patioli com bunda’, não sei como as pessoas agüentam aquele cheiro. O bacana é quando não estão contentes em estar lá naquela muvuca, e para o seu ‘bem’ e sua ‘felicidade’ tentam de todas as formas te levarem pra lá, querem te obrigar a dançar a qualquer custo e quando você bravamente recusa te olham como um criminoso.
Os seus amigos toda vez que conseguem agarrar alguém vêm imediatamente te reportar, pra que você se sinta diminuído e o ache o cara. Chega uma hora que as pessoas que te conhecem e vêm que você não pegou ninguém, ficam te enchendo o saco e questionando a sua masculinidade, aí fica aquela pressão chata pra que você agarre qualquer coisa que aparecer.
Isso tudo ocorre de forma implícita ou explicita, aí cedo ou tarde fico com aquela cara que a minha amiga Jaqueline costuma chamar de ‘cara de cú’, fazendo com que uma quantidade considerável de pessoas venham até mim me perguntar se estou com algum problema, se estou triste ou se está havendo algo comigo, muitas vezes até mesmo o dono da festa chega a me questionar sobre o que há, e eu tenho que ficar dizendo que não tenho nada. Aí fico com sono e sem graça por todos notarem que estou odiando aquilo tudo e vou pro carro de algum amigo e fico lá dormindo até que se cansem e resolvam ir pra casa.
Não tenho nada contra pessoas que gostam de ir a festas assim, que gostam de dançar, se pegar e ouvir músicas de péssima qualidade num volume que agride a sua saúde auditiva. Sou adepto da filosofia: “faça o que te faz feliz”, acho que todas as pessoas têm coisas que as fazem felizes e as entendo nitidamente nesse aspecto mesmo não concordando com elas, acho que felicidade é uma questão de ponto de vista, e na maioria dos casos é um conceito diferente de pessoa pra pessoa. Só fico puto por ninguém entender que não curto isso, que essa porra não me faz feliz, que não gosto de grandes aglomerações e que prefiro mil vezes ir pra um boteco qualquer com alguns amigos, onde tenha uma mesa de sinuca, que role um rock ou MPB num volume agradável, onde possa tomar umas doses de cachaça e conversar sem ter que gritar no ouvido das pessoas. Sem mencionar que sou taxado de estranho por não gostar do que todo mundo gosta, mas tô nem aí... Que se foda todo mundo.
Vou terminar com uma frase que adoro muito e que diz bem assim: “Eles riem de mim porque sou diferente, e eu rio deles porque são todos iguais.”

2 comentários:

  1. Beba alguma coisa da próxima vez... Comigo funciona...

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  2. Comigo nem isso... Já entendi uma coisa, não levo jeito pra isso não, eu devo ser de outro mundo mesmo.

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