04 dezembro 2010

Relógio



Meu relógio tem seu próprio tempo: Na madrugada ele corre, mal espera meus olhos fecharem e já quer me incomodar com esse negócio de acordar.

Passam-se os segundos e aquela aula não acaba nunca, ele brinca comigo como se eu fosse seu escravo -e sou.
Em ponteiros maiores ele me perturba mais ainda, os dias demoram tanto passar como se nunca fossem chegar, as horas riem de mim, tão longe... e riem de mim mais ainda quando não as vejo passar.

A final de contas, preciso de um novo relógio?
Já me disseram que preciso de novos hábitos.
Eu ainda acho que um novo relógio é uma idéia melhor.

Eu gosto dessa anciedade, apesar das horas, minutos e segundos rirem de mim quando estão longe, quando estão perto elas riem comigo... Somos todos gratos uns aos outros... Ora, sem quem esperar, de que adiantaria a existência do relógio?

Na verdade ele precisa mais de mim do que eu dele, pois sou eu quem gasta tempo com ele e faz sua existencia ter sentido.

Não sou escravo do relógio, nem ele de mim. Somos ambos escravos do tempo: Ele nos prende, nos limita e nos distancia daquilo que mais anciamos, quando percebemos os momentos já passaram, os minutos viram horas e as horas se vão como se fossem segundos, sem mesmo dizer um adeus.


Ríller Queiroz, Goiânia 2010.

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