05 dezembro 2010

Inspiração.


Ela surge quando quer.
Translúcida e silenciosa
Em uma surdina misteriosa
Tem um poder transformador revolucionário
Que inunda a mente de visionários.

Ela transforma pedra e pau em escultura
Telas e tinturas em pinturas
Emoções em poemas
E histórias em cinema

Ela torna acordes em canção
Palavras em obras literárias
Movimentos corporais em dança
E a mais simples das mulheres em musa.

Sempre está acompanhada de um sentimento
Ou de um desejo ardente e incontrolável como a chama
Pode ser a pureza celestial do amor
A incerteza colossal diante da vida
Ou suplicio cruciante da dor

Pode ser aquela saudade de verdade
O despudor descomunal da luxúria
Ou aquele ódio sem fim e sem cura

Pode ser o frio da solidão
O calor da companhia
O furor de uma paixão
E a simplicidade da alegria

As vezes ela some de forma tão repentina
Quanto costuma surgir
Deixando um vazio enorme em quem a possuía

Ela é intangível a principio
Pois não passa de uma mera idéia
Um reles devaneio
Um sonho surreal

Depois vai criando forma
Se materializando através das artes
Se apresentando através da arte.

Ela possui nomes variados
E é sentida de formas distintas
Que mudam de pessoas pra pessoa

Pra uns é a tão sonhada criatividade
Pra outros a tão natural imaginação
E pra outros uma linguagem universal e infinita
Que melhor se define como inspiração.

Dom Juan Ricthelly, Brazlândia 2010.

2 comentários:

  1. Te sinto em cada verso.
    E se alguem aqui e bem dotado
    dessa tal 'inspiração, esse alguem
    é vc. Meu menino de alma pura.

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