24 dezembro 2010

Um beijo qualquer.


E a magia começa quando os lábios se tocam
Se sentem, mentem e desmentem.
Línguas se procuram... Se encontram... E se degustam.
Os lábios se unem numa ação comum
Onde dois, por breves momentos são um.
Os olhos se fecham e esquecem de tudo
Como forma de se entregar praquele mundo
Que não precisa de visão ou audição
Mas necessita do paladar, por cada gosto peculiar
Do tato que se estaciona na nuca, no rosto e na cintura.
E do olfato que através do perfume é uma das portas da loucura.

O segundo que antecedeu o beijo,
Agora não passa de uma mera lembrança
O segundo em que aconteceu,
É um marco fora do tempo e espaço
E os segundos que o precedeu,
São saudade e vontade de repetir o ato.

O tempo parece parar e o centro do mundo que parece girar
Se torna exatamente o lugar onde os dois estão agarrados
Naqueles instantes onde não há antes e depois
Apenas o desejo... Apenas o agora.

Os batimentos e o pulso aceleram
E os dois esquecem quem eram
Só pensando no que são agora
A respiração oscila entre o suave durante
E o pós-ósculo ofegante.

Que quando enfim chega ao fim
É seguido de abraços silenciosos 
Num descanso de braços e olhos nos olhos
Em que o primeiro beijo deu lugar
A vários beijos novos e semi-novos.

Dom Juan Ricthelly, Brazlândia-DF, 2010.

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