15 dezembro 2010

Divagação Monologa: Amor e paixão.

Muita gente confunde ou não diferencia amor de paixão. Que a meu ver são coisas bem distintas, não sou um expert na seara dos sentimentos humanos, mas como qualquer pessoa eu já os senti, e não é só, às vezes sinto essas emoções numa intensidade que chego a me questionar sobre o que estou sentindo e me pergunto se as outras pessoas sentem isso da mesma forma que eu.
Discordo profundamente de quem diz que o amor é cego, porque é através do amor que enxergamos as pessoas como elas realmente são e justamente por amar as aceitamos com todos os defeitos e qualidades. Já a paixão sim é cega, cega ao ponto de não sermos capazes de visualizar um único defeito na pessoa, e quando por ventura o enxergamos achamos o máximo, sem mencionar que não só a visão, mas todos os sentidos se voltam pra pessoa fazendo com que esqueçamos do nosso mundo para viver em função de outro que quanto mais se conhece mais se quer conhecer.
Amor é estado de graça, paixão é doentia, o amor é sereno e a paixão é ardente. Quando estamos amando o que mais queremos é estar com a pessoa, quando estamos apaixonados o que mais queremos é ter a pessoa. Quando estamos amando parece que vamos levitar e sair voando a qualquer momento, quando estamos apaixonados perece que temos uma fogueira de 1.000 Cº no peito esquerdo que vai desintegrar o corpo em cinzas a qualquer instante. Mesmo com tantas diferenças, uma semelhança notável é que tem horas que essas emoções parecem ser desproporcionalmente grandes para corpos tão pequenos de carne e ossos de uma forma que parece que uma explosão nuclear com epicentro em nós mesmos vai acontecer com direito a cogumelo atômico e todas as catástrofes provenientes dessa explosão de tamanha magnitude. Sei que para alguns minhas descrições podem parecer exageradas, mas é assim que me sinto.
Se apaixonar é fácil, às vezes é fácil até demais, nos apaixonamos por olhares, beijos e qualquer detalhe fútil que nos chama a atenção. Agora amar sim é complicado, é de certa forma um exercício constante, como dizia o meu saudoso Carlos Drummond de Andrade: “Amar se aprende amando.” O amor tem que ser construído como uma casa, a paixão já vem pronta como um fast food que temos pressa em consumir. Paixão é puro prazer masoquista, pois parece que adoramos ser maltratados quando estamos apaixonados, por continuar lá como um cachorro que apanha e sempre volta em busca de carinho apanhando novamente nesse ciclo vicioso. Amar dá medo até mesmo quando há reciprocidade, há um receio de se acordar e aquele sonho acabar e ficarmos a ver navios sozinhos na praia como sempre estivemos. E isso dói, porque como costumo dizer: “quem passar a vida inteira no inferno de solidão e passar um único dia no céu, nunca mais vai querer voltar pro inferno”.
Agora os que discordam de mim me perdoem, mas não acredito em amor a primeira vista, pelo menos não da forma que eu o sinto, acho incabível amar alguém instantaneamente a partir do momento em que se vê pela primeira vez, acredito que pode haver simpatia, empatia, inveja, atração e até mesmo paixão a primeira vista, mas de forma alguma amor, porque amor é algo muito além de uma olhadela superficial a esmo.
Em momento algum eu quis dizer que um é melhor que o outro, só quis falar sobre o quanto são diferentes, então amem, se apaixonem, mas em momento algum deixem de sentir essas emoções, porque por mais que doa às vezes, depois saímos mais fortes e dignos para viver outro amor ou outra paixão, pois são os sentimentos que enriquecem e embelezam as pessoas por dentro.
P.S: "A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.” Autor desconhecido.
“Só um ano de amor é melhor que uma vida inteira de solidão.” Freddy Mercury.

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