21 novembro 2010

O último adeus.

E tudo acaba de forma repentina.
A vida se esvai, a alma se vai
E um corpo cai.

Se havia o mínimo de amor,
Como quase sempre há.
Começa um chororô de pura dor
Que parece que nunca vai findar.

Os olhos marejados se tornam uma constante
Em meio a abraços de laços
E dizeres de condolência abundante.

O silêncio se espalha e do nada desaparece
Quando rugem suspiros vazios
E olhares vazios que duram instantes
Em um triste frenesi errante.

A hora do adeus se aproxima
E todo mundo fica em cima
Pedindo que Deus acolha bem a alma lá em cima.

Cantasse cânticos
E lê-se a bíblia
Em meio a prantos
E lembranças de vida.

A marcha fúnebre começa
E o cântico recomeça
Em meio a uma multidão que logo se dispersa.

Parentes e amigos estão presentes
Na despedida daquele ente
Que de seu corpo está ausente.

Por alguns instantes as pessoas se calam.
Os últimos minutos se intercalam
Entre momentos de silêncio e orações
E prantos unissonicos dissonantes
Que regam corações inundados de tristeza.

O coveiro começa seu trabalho
De transformar cova em alcova.
Rosas caem enquanto o caixão cai
Em meio a palavras de vai em paz.

A última pá de terra termina de cobrir tudo.
Aqui em cima continuará claro
E lá embaixo um lúgubre escuro.

O ritual em fim termina
Como símbolo de uma sina
Que todos enfrentarão algum dia.

E o que sobra é uma casa...
É um quarto, varias roupas e coisas
Que agora são rastros de uma vida.

E depois que tudo passa o que resta
São histórias, memórias e lembranças vazias
De quem passou e nos deixou nessa vida.

Dom Juan Ricthelly, BSB 2010.

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