27 novembro 2010

Lar doce lar

Deitado, vejo do único buraco em minha parede o mundo lá fora. Nesse pequeno buraco vejo um céu azul, uma noite escura, alguma estrela, algumas nuvens. As vezes a lua aparece para contemplar minha morada.

Acima da casa
tem uma árvore que as vezes balança com o vento e tapa o buraco com suas folhas. Quando está claro, a sombra me conforta e faz com que meus olhos vislumbrem o suave movimento daqueles galhos, me se sinto bem com sua sombra e com o perfume daquelas flores. Já a noite ela me atormenta, os galhos tomam formas assombrosas e parecem mãos; sinto-as me puxar pra escuridão quando é noite fria e de ventos fortes.


Minha casa não é lá muito grande, mas é a conchegante. Quem visita gosta muito. Tenho alguns quadros e um porta-retrato com uma foto de vários amigos, agora todos distantes e alguns já até mortos. Tenho uma pequena biblioteca em construção, poucos livros, mas bons livros. Tenho também um violão e, de vez em quando algumas garrafas vazias. Não gosto de televisão, entretanto tenho uma, ela é como a janela que falei acima, mas nela vejo outros mundos.

Moro só, num bairro um pouco afastado onde poucas pessoas passam. Raramente alguém me visita, mas ultimamente tenho recebido uma visita constante e tenho apreciado isso. Aqui é seguro e calmo, sempre saio e me misturo à multidão, mas é aqui em casa que meu espírito se aquieta, onde contemplo o passado e imagino o futuro.
Vou convidar todos pra uma festa futuramente...

Lar doce lar.


Ríller Queiroz, Goiânia 2010.

2 comentários:

  1. Gostaria de te ter postando no meu bog também.

    Me senti tão bem com essa sua descrição.
    A casa a que se refere fica em gyn ou Tagua?

    Saudades meu eterno Demoniuzinho

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