20 fevereiro 2011

O cavaleiro da triste figura.

Cansei de ser o cavaleiro de triste figura
Me cansei de tantas batalhas em vão
Por corações que jamais irão me pertencer.

Minha armadura está aos cacos...
Meu pobre alasão anda cabisbaixo...
Meu orgulho está ferido...
Minha espada não corta ou pefura
E meu espírito em profunda amargura.

Subo mais uma montanha... Paro...
Observo... Olho o horizonte.
Aproveito mais um segundo de silêncio.
E grito com toda a força aos quatro ventos
Que estou indo embora.
Embora eu não tenha pra onde ir.

Vou me desfazer da armadura,
Vou soltar meu fiel cavalo no prado,
Vou derreter minha espada
E vou vagar junto com o passar do anos
Por toda essa terra de forma errante
Como os homens sem lar e os povos sem pátria.

Vou seguir até onde a estrada for
Enquanto o vigor não me abandonar
E quando isso um dia acontecer estarei perdido
Pois não terei nada além de um corpo cansado
Uma alma vazia sem aquele brilho dos outros dias
E algumas histórias que farão eu me sentir mal
Por ter lutado como nenhum outro ousou lutar
E nunca ter vencido como um qualquer que tentou
Que matou o dragão, salvou a princesa, ganhou um beijo no final
E agora descança num belo castelo.

Dom Juan Ricthelly, Brazlândia-DF, 2011.

3 comentários:

  1. Tão linda que ate senti uma pontada de inveja...
    Também queria ser princesa. :D

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Nossa, chegou até dar um arrepio aqui, muito lindo mesmo, ao meu ver, os tempos medievais foram os melhores.

    Parabéns ao autor.

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