100 livros em um ano: Veronika decide morrer.

Hoje estava procurando um lugar para trocar o meu dinheiro, e eis que avisto uma banca de jornal de rodoviária, entrei procurando qualquer coisa que me prendesse e valesse no máximo R$ 10,00. Num canto notei um monte de livros usados e fui analisando um por um, tinha clássicos e clássicos da literatura brasileira, quem me conhece sabe que fico cego quando estou diante de livros, e quem estava disposto a gastar somente R$ 10,00 acabou gastando R$ 34,00. Me encontrei com uma amiga pouco depois disso e a mesma me disse surpresa: “Nossa, o que você quer com tantos livros velhos?” E eu tive que explicar que o livro em si não são as folhas e capa, o livro é muito mais do que isso, o livro é a idéia por trás disso. Logo folhas e capa envelhecem sim, mas o livro em sua essência é imortal, eles transcendem até mesmo os seus pais, então livros velhos são tão livros quanto os livros recem impressos nas editoras.

Costumo julgar a qualidade de um livro pela capacidade que ele tem de nos prender. Claro que possuo outros critérios, mas esse é o mais notável. O li por recomendação de um amigo, quando o vi naquele monte de livros pela pequena bagatela de R$ 9,90 dei um sorriso que eu adoraria ter visto, e quando encontrar esse amigo pessoalmente vou agradecê-lo pela indicação. Eu li esse livro em um único dia, não o larguei pra quase nada praticamente. É uma história tão envolvente e de uma mensagem tão forte que me identifiquei a cada página. E depois lê-lo cheguei a algumas conclusões. Eu já sabia antes de ler, então não é tão conclusão assim, mas de qualquer forma me ajudou a sedimentar o que eu tinha certeza. Definitivamente eu sou louco, é isso... Pois:

-Vivo no meu mundo como forma de rejeição a esse mundo que detesto;

-Ajo de forma diferente das outras pessoas e me sinto não apenas simplesmente, mas extremamente diferente de todas elas de uma forma que chega a assustá-las;

-Faço o que eu quero, quando quero e como o quero;

-Digo o que penso sem medo de magoar;

-E desprezo a idéia de ser da forma que disseram pra todo mundo ser, pois prefiro ser eu mesmo e ser condenado por isso, do que ser como todo mundo e acreditar num senso comum de felicidade que não sinto.

Não tenho medo de ser eu mesmo e amo isso, amo a liberdade que sinto em me vestir como gosto, agir como ajo e ser como sou. Sei que isso tem o preço de ser taxado como “estranho”, “esquisito” e sei lá mais o quê que esse povinho com medo de ousar costuma chamar quem não é igual a eles, mas esse é um preço que pago sem medo pois o benefício é infinitamente maior que o custo.

Podem falar e pensar o que quiserem, pois também falo e penso o que quero, a diferença está no fato de que não julgo as pessoas só pelo fato delas serem diferentes de mim, porque vejo mil vezes mais beleza nas diferenças do que nas semelhanças, pois Deus nos fez pare sermos únicos e não pra sermos cópias de alguma coisa que nos mandaram ser. Logo sou louco, lunático, estranho, esquisito, diferente... E qualquer porra que não seja comum e tenho um orgulho imenso disso.

E esse livro me fez ver isso, se você de certa forma se identifica com alguma coisa do que disse anteriormente, te aconselho a ler esse livro. Tente comprá-lo, pegá-lo emprestado com alguém ou em alguma biblioteca, pois só assim você entenderá o que eu disse.

Se você tiver alguma preconceito com pessoas que costumam ser diferentes, garanto que este livro irá rasgar a sua visão preconceituosa que talvez nem seja culpa sua possuí-la. Se você quiser realmente lê-lo e não o tiver conseguido de nenhuma forma, eu te envio pelo correio sejá lá quem você for, ou onde se encontrar, posso não te conhecer e não fazer idéia se a sua índole é boa ou ruim, mas por eu ser louco vou confiar que ele vai chegar até você e quando terminar vai me de devolvê-lo para que eu possa compartilhar com outras pessoas. Não deixem de ler.

"Os dois testes mais duros no caminho espiritual são a paciência para esperar o momento certo e a coragem de não nos decepcionar com o que encontramos."