12 fevereiro 2011

Divagação Monologa: Amor e Ódio.

Lembro me que certa vez amei e odiei uma certa mulher... Sei que essa primeira afirmação é algo paradoxal, mas acreditem, é verdade. Não sei quantos de vocês já ouviram ou leram algo a respeito do quanto o amor e o ódio são sentimentos próximos, também não sei quantos dos que ouviram ou leram acreditam nisso, não me importa, mas sei que mais do que ler ou ouvir eu senti isso na pela, no coração e na alma.
Em dados momento eu a amava ao extremo do que uma pessoa normal seria capaz de amar outra (se é que existe limites pra isso), chegava a ser algo doentio. Costumo diferenciar claramente amor de paixão, mas juro que até hoje não sei exatamente o que eu senti de fato, só sei que não era normal, não era desse mundo. Era uma força invisível e descomunal que me enlouqueceu por um tempo, uma força grande demais para um receptáculo tão pequeno e frágil como o coração de um jovem de 16 anos. Eu não queria sentir aquilo, juro que não queria, mas mesmo assim uma parte de mim gostava de sentir, era como beber um veneno sabendo do seu mal e ainda assim ser louco pelo seu sabor, não se importando com as consequências. Cheguei a implorar aos Céus que me dessem a solidão perpétua de presente se fosse pra sentir algo nessa intesidade novamente e não ser correspondido a altura.
Houve um tempo em que a odiei com toda a força do meu ser, não era uma raivinha dessas que costumamos sentir no dia a dia quando estamos chateados, era ódio bruto e desmedido. Foi a época mais sombria de minha vida,  acredito que fiquei quase um mês sem sorrir, se Charles Chaplin estiver correto em sua afirmação (“Cada dia sem sorrir é um dia perdido.”) então eu perdi um mês inteiro da minha vida. Era um tempo em que eu deitava e não conseguia dormir com facilidade, o ódio me afastava até o sono, pois só de pensar sobre o que eu estava vivendo minha respiração ficava ofegante, meu coraçao acelerava como se eu tivesse acabado de correr 2 km sem parar e quando se acalmava eu o sentia literalmente pesar como um rocha, e quando parava de pesar doia como se estivesse sendo trespassado por uma lâmina bem no meio. Era tanta amargura que eu temia morrer enquanto dormia, quando consegui me controlar pedia muito á Deus que tirasse aquilo de mim, pois eu sabia e sentia sem querer sentir que aquilo estava envenenando a minha alma e a minha vida, acho que ele me ouviu.
Eu a amei sem motivos racionais ou cientifícos, amava simplesmente por amar... Mas quando a odiei, acredito que foi por ela não ter me amado da mesma forma e por ter a certeza de que  ela jamais teria a noção da grandeza do que senti e sofri. Era algo muito confuso, por que esses dois sentimentos tão opostos oscilavam constantemente em minha essência, havia momentos em que eu sentia os dois simultaneamente.
Pude notar por experiência própria que a possibilidade de sermos odiados por quem nos ama é maior do pelas outras pessoas que não sentem nada por nós. Não há motivos pra se amar uma pessoa, pois o amor acontece sem perdir licensa ou avisar por que razão está chegando, ele ás vezes é como a chuva que nenhum metereologista conseguiu prever. Mas parar de amar uma pessoa por culpa dela mesma, já é um motivo pra odiá-la, porque quem ama quer amar pra sempre, e as vezes o ódio nasce disso da incapacidade de amar da outra pessoa, da incapacidade de não ser amado de quem ama e da raiva de ter parado de amar.
Por isso tomem cuidado com a intesidade de suas emoções, e fiquem alertas ao ouvir um “eu te amo”, porque se essa pessoa realmente te amar e você não souber cultivar isso de forma sadia, ela provavelmente vai te odiar muito. E não há coisa pior do que brotar ódio de uma fonte que jorrava amor em abundância.
Se você conseguiu ler até aqui, como prêmio por aturar minhas palavras vou esclarecer de forma simples a situção que me levou a sentir essas emoções. Eu era apaixonado por uma moça, que se apaixonou por um dos meus melhores amigos, os dois se gostavam e eu era a parte mal amada da história, e eu tive que conviver amistosamente com os dois durante um ano inteiro sentindo isso tudo. Hoje ele é um irmão pra mim e ela uma grande amiga, fico feliz por ter sobrevivido.
Logo espero que vocês amem com moderação se isso algum dia for possível, se não for possível que pelo menos sejam amados na mesma intesidade com que amam. Espero que vocês jamais sintam e vivam o ódio da forma que vivi e senti, pois é como morrer aos  poucos e ter certeza disso, é uma das piores formas de sofrer.
P.S: " O desprezo ao amor leva a raiva, a raiva leva ao ódio, o ódio leva ao sofrimento."
           

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