01 junho 2012

Quando o amor chegar

Quando o amor chegar:
Abra a porta com carinho
O acomode bem no seu coração
Pois ele gosta de ser bem recebido.

Converse com ele por horas
Se perguntando e perguntando a ele:
Como ele foi te encontrar?
Talvez ele não responda de imediato
Ou talvez não responda nunca.
Mas não se agonie, ele é assim mesmo,
Não gosta de razões ou motivos,
Mas de acontecer com simplicidade
E nada mais...

Com o passar dos dias
Você vai acreditar que o conhece profundamente.
Ledo engano meu caro, só ele mesmo se conhece.
Só ele mesmo, conhece seus segredos e mistérios.
E não os revela a ninguém, pois assim morreria.

Ele gosta de brincar, como uma criança travessa.
E quanta confusão ele causa, quando faz isso...
Coitados de: Romeu e Julieta, Antônio e Cleópatra.
Fiona e Shrek, Bentinho e Capitu.
E de você e sua amada, ninguém escapa.
Pois o amor é força universal e irresistível.

E vai ser chegada a hora em que ele:
Vai incendiar o seu coração, tirar a sua fala.
Acabar com o seu fôlego e suprimir sua razão
Ele vai tatuar sua alma em brasa, vai revirar suas emoções.
Te virar do avesso e mantê-lo preso por tempo indeterminado.

Você vai adquirir uma cegueira colossal
E vai achar que nunca enxergou tão bem.
O azul do céu nunca terá sido tão lindo
O luar e as estrelas parecerão mágicos
O sorriso dela será o mais belo que você já viu
E ela uma obra de arte em pessoa esculpida a mão
E mesmo com guerras, violência urbana
Terremoto no Haiti, corrupção e o iminente fim do mundo
A vida jamais terá sido tão maravilhosa.

Os poetas se tornarão filósofos
E as rosas aliadas poderosas
O perfume dela será a sua Criptônita
E as suas lágrimas o seu Calcanhar de Aquiles
E você nem pensará mais em como
Aquele sentimento que chegou sorrateiro
Fez tanto estardalhaço em sua existência.
 
E num belo dia de manhã ensolarada e céu límpido
O amor olhará em sua face e te dirá de forma marota:
“Estou indo embora... Vou sentir sua falta.”
E assim como Atlas...
Você sentirá o peso do mundo em suas costas.
Seus olhos se tornarão fontes vivas e vividas
De lágrimas que jorrarão como as Cataras do Iguaçu.
 
E assim como Jacques Brel...
Você suplicantemente dirá o seu ‘Ne me quite pas’
E ele de forma firme e perene
Dirá como nos filmes de Hollywood: ‘The End’
Levando consigo um enorme pedaço de você
Dizendo que é seu por direito
Ficando você com a solidão e o vazio
De dias áureos e felizes que se foram como a brisa da tarde.
E ficarão as canções e as lembranças
Que te atormentarão a cada play no seu carro ou no seu quarto.
 
Sei que é difícil, mas sinta-se bem meu caro.
Pois ele é como a gripe em suas mil faces
Vai e volta de outra forma e faz tudo de novo.
 
Dom Juan Ricthelly. Gama-DF. 2012.

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