07 junho 2012

Música: Ne me quitte pas



“Ne me quitte pas” é uma canção francesa, escrita e cantada por Jacques Brel em 1959. Foi escrita em decorrer da separação de Brel e Suzanne Gabrielle. Foi interpretada por muitos outros artistas em francês ou versões. Foi escrita em perfeitas medidas poéticas.
            Nenhuma interpretação compara-se a de Jacques Brel. Ele interpreta com o coração em chamas.
            Dizem que Suzanne ouviu emocionada a música, mas isso não fez com que ela voltasse pra ele. Me pergunto o que ele deve ter feito de tão horrível, para não ter sido perdoado, depois de ter feito uma canção que está imortalizada. Quantas mulheres no mundo não gostariam de ter sido musas inspiradoras de uma canção tão bela e pura.
            Gosto de ver o vídeo de Jacques Brel cantando ela, porque por um instante você sente na pele, como ele se sentiu. E como dói só imaginar tamanhos sentimentos, quem dirá senti-los. Aproveitem a canção, pois uma música assim é escrita uma vez a cada 100 anos, como ele escreveu em 1959 e estamos em 2012, se o mundo não acabar, teremos de esperar mais 47 anos até alguém escrever algo comparável a essa obra prima. O que acho difícil se analisarmos a decadência da música mundial contemporânea. De qualquer forma ouçam com o coração.

Autor: Jacques Brel

Não me deixes
É preciso esquecer
Tudo pode ser esquecido
O que já passou
Esquecer os tempos
Dos mal-entendidos
E o tempo perdido
Tentando saber como
Esquecer essas horas
Que por vezes matavam
A golpes de "por quê"
A última de felicidade

Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes

Eu te oferecerei
Pérolas de chuva
Vindas de países
Onde nunca chove
Eu escavarei a terra
Até depois de minha morte
Para cobrir o teu corpo
De ouro e de luz
Eu criarei um país
Onde o amor será rei
Onde o amor será lei
E você será rainha

Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes

Não me deixes
Eu te inventarei
Palavras insensatas
Que você entenderá
Eu te falarei
Daqueles amantes
Quem viram duas vezes
Seus corações se entrelaçarem
Eu te contarei
A história daquele rei
Que morreu por não ter
Podido te reencontrar

Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes

Quantas vezes
Não se reacendeu o fogo
Do antigo vulcão
Que julgávamos velho?
Até há quem fale
De terras queimadas
A produzir mais trigo
Melhor que o de Abril
E quando vem à noite
Com um céu flamejante
Vê como o vermelho e o negro se casam?
Para que o céu se inflame.

Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes

Não me deixes
Não vou mais chorar
Não vou mais falar
Eu me esconderei lá
Para te contemplar
A dançar e sorrir
E para te ouvir
Cantar e rir
Me deixa ser
A sombra da tua sombra
A sombra da tua mão
A sombra do teu cão

Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes
Não me deixes

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