13 maio 2011

Divagação Monologa.

Eu não sei quando vou partir, mas sei que um dia vou. Quando a hora chegar provavelmente vou perceber que ela chegou e talvez dê um tênue sorriso se for possível, mas de qualquer forma eu preferiria só me dar conta depois que ela tivesse passado como se eu tivesse acordado de um longo sonho bom hibernado de uns 80 anos.
O homem é apenas um grão de pó ao vento que vaga por alguns segundos que ele não vê passar numa tempestade eterna que o leva pra algum lugar que ele nem imagina, apesar de tentar fazer isso ás vezes, mesmo sabendo que não conseguirá se alegrando somente em supor o que virá depois de tudo isso.
Tenho certeza que terei que prestar contas de algumas omissões e também de algumas ações, não sei se me desculpar vai adiantar alguma coisa, então vou dizer a verdade. Confesso que tenho medo de viver intensamente e no fim descobrir que não era o que eu deveria ter feito, como da mesma forma tenho medo de me refrear e descobrir que eu podia ter me divertido um pouco mais, acho que esse é o paradoxo do carpe diem.
Independente do que vá me acontecer, quero poder refletir alguns instantes e chegar a algumas conclusões:
Quero ter a certeza de que fui um bom amigo com aqueles que assim me consideraram enquanto puderam;
Não quero ter a dúvida de que fui um bom filho e de que honrei meus pais da melhor forma que pude;
Se eu já não souber quero descobrir que cumpri o meu papel com aqueles que precisaram de mim em algum momento;
Que independente de ter chorado ou sorrido senti algo em meu coração e não fugi das emoções que se apresentaram a mim;
Quero saber que amei de verdade e que fui marcado por algumas pessoas, e da mesma forma, provavelmente não na mesma intensidade, que também fui amado e marquei algumas pessoas de forma positiva...
Quero poder me lembrar: dos banhos de chuva, dos pulos e nados em cachoeiras, rios e mares. Das auroras e dos crepúsculos que presenciei, das noites enluaradas e das constelações que muitas vezes vi e por último e não menos emocionante, das vezes em que o vento acariciou a minha face sem que eu pedisse.
Se eu chegar a essas e mais outras conclusões que não mencionei, independente de ter sido condenado ou absolvido pelos meus atos, acredito que terei cumprido o meu papel e saberei que tudo valeu à pena e que se eu recebesse outra chance muito provavelmente faria tudo de novo. Se eu não estiver muito fodido acho que darei um largo sorriso de contentamento e sentirei a minha alma em paz.
Mas como eu disse no começo o homem se contenta em imaginar, qualquer coisa que dissermos sobre o depois não passa de suposição da nossa parte. Sei lá se vou ter tempo de pensar nisso tudo... Mas de qualquer pensei agora e exteriorizei isso, não ficou só em mim.

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