21 janeiro 2011

Divagação Monologa: Meus 20 anos de boy.

Duas décadas... 20 anos... 1/5 de século... 20 outonos, primaveras, verões, invernos e sei lá mais o quê. Caramba! Já passou mesmo isso tudo?! Não me lembro do dia em que nasci, mas minha querida mãe diz que foi numa madrugada no dia 22 de Janeiro de 1991, por volta das três da manhã, diz ela que passei do tempo de nascer, ou seja, meu período de gestação foi de aproximadamente dez meses, brinco muito com isso.
            Parece que foi ontem que eu era uma criança cega pela venda da inocência que nos acompanha por um tempo até descobrirmos e sentirmos coisas suficientes para que ela se vá sem dar tchau, fazendo com que vejamos o mundo como ele é. Confesso que sinto saudades dessa venda de inocência, que tornava o amargo e a dureza da realidade algo doce de se viver, ao ponto de não haver preocupações além de torcer, para que fizesse sol no outro dia, para que eu pudesse ir a rua brincar.
            Eu era um vulcão de pureza com uma personalidade em construção, eu seguia o meu caminho sem saber que o estava seguindo, porque cada dia vivido era um passo que eu dava rumo a um desconhecido que até hoje não cheguei. Cada dia era sucedido por descobertas que continuam a se suceder até hoje, não da mesma forma que antes, mas ainda ocorrem vez ou outra.
            Lembro-me com vividez do nervosismo que senti no segundo que antecedeu o meu primeiro beijo, da agonia que eu sentia quando sabia que iria ser punido por meus pais, da alegria que era receber R$ 0,50 e ir correndo comprar balas. Lembro-me com um sorriso da emoção incansável que era passar o dia jogando vídeo game, do meu primeiro dia de aula numa escola, das brincadeiras idiotas e das querelas infantis que eu me envolvia de vez em quando... Nossa que saudade da minha infância querida que os anos não trazem mais.
            E com o tempo você vai crescendo sem nem perceber, são mudanças tão paulatinas que você não entende o que o espelho vai te dizendo no passar dos anos, até que alguém de carne e osso um dia te olha e diz: “Nossa, como você cresceu! Como você mudou!”, e você acha até que é brincadeira. E realmente você começa a notar que agora consegue alcançar o armário da cozinha, que consegue apagar e acender as luzes sozinho e que consegue fazer mil e uma coisas que não conseguia antes. As moças começam a ficar mais vistosas, responsabilidades começam a surgir sem que você as tenha pedido e o colorido de antes vai ser tornando o preto, branco e cinza da maturidade, que vai chegando sem pedir licença seguindo em direção a um rumo certo pelos caminhos incertos da vida.
            Meus 20 anos de boy... Como diz Zé Ramalho em uma de suas belas músicas, agora sinto na pele e na alma o que é isso, não sei até onde Deus vai me permitir ir, mas seja o que for o agradeço de coração por tudo o que ele me deu até aqui, agradeço por cada dia, cada lição, descoberta, emoção, por cada pessoa que ele colocou em meu caminho. Não sei se estou fazendo o que vim pra fazer aqui, muitas pessoas acreditam nisso, mas eu acredito que vim pra ser feliz e proporcionar o máximo de felicidade e o mínimo de sofrimento ao máximo de pessoas que eu puder, caso isso não seja o certo peço que ele me desculpe, afinal sou humano, ou seja, erro, talvez depois me arrependa e continuo no erro como todo mundo.
            Nessas duas décadas chorei muito por vários motivos, sorri e gargalhei demais por tantos outros, amei pessoas que em momento algum mereçam o que meu coração podia oferecer a elas, como em contra partida amei outras pessoas que me retribuíram da melhor forma que podiam e sou eternamente grato a elas por isso. Também odiei ao ponto de meu coração doer, adquiri amigos de valor inestimável e espero ter sido um amigo a altura de todos eles, senti muitas emoções e em intensidades acima do que é considerado normal.
Sou imensamente feliz por não ter sucumbido diante as lágrimas de tristeza, por ter chorado de alegria algumas vezes, por ter sorrido de coisas idiotas e gargalhado sem ter motivo pra tanto... Sou indescritivelmente contente por cada suspiro depois de um dia cansativo, pelas incontáveis paisagens que se apresentaram as minhas retinas, pelos acordes e canções que enfeitiçaram meus ouvidos, por cada gosto que meu paladar teve o prazer de sentir, por cada textura que minhas mãos tatearam, pelos diversos aromas que foram degustados pelo meu olfato e por todos os momentos que o vento acariciou minha face.
Me de descobri de muitas formas em todos esses anos, me descobri músico, poeta, psicólogo, conquistador barato e romântico inveterado, espero me surpreender e amar as outras descobertas que hão de se apresentar com o rolar do rio da vida que deságua num mar infinito e intrigante. Os anos foram generosos comigo, mas tenho certeza que os melhores serão os que estão por vir.
Sei que essa porra toda já ta cansando, mas agradeço mais uma vez por tudo que eu vivi e por tudo que ainda hei de viver. Feliz aniversário pra mim!!!

Dom Juan Ricthelly.

5 comentários:

  1. ... realmente você começa a notar que agora consegue alcançar o armário da cozinha ... Sei que essa porra toda já ta cansando.... --->Só Comédia =D kkkk.Legal me identifiquei com o seu texto.

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  2. foi fundo nessa em Juanzito! semana q vem sou eu virando mais uma página da minha existência vazia, mas ainda bem que papai do céu me enviou um grande amigo como vc, para tornar meus dias mais interessantes, feliz niver brother, te amo demais
    Kelly Araujo

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  3. Juan, tem um post meu prontinho pra ti.
    Mas não to conseguindo postar nada no meu blog.
    :/
    Heeeelp!

    Beijo

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  4. Posta no nosso então meu bem.

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  5. Pior eh que eu tentei.
    Mas continua com o msmo problema,
    a postagem sai em branco.
    :/

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