29 março 2011

Divagação Monologa: Chuva.

Diversas vezes tentei imaginar em que circunstâncias Tom Jobim escreveu Águas de Março, até onde sei, ele estava em sítio de família em algum lugar silvestre do Rio de Janeiro escrevendo outra canção. Acho que ele devia estar na varanda sentado numa rede com papel e caneta em mãos, quando de repente começou a chover de forma gostosa, fazendo com que ele largasse tudo o que estava fazendo pra observar a chuva.
            E foi exatamente isso que fiz hoje, na verdade é o que tenho feito ultimamente, toda vez que começa a chover largo tudo e vou pra porta ou pra janela e fico em silêncio olhando a chuva cair. Sei que isso é algo simples e comum pra quase todo mundo, mas não pra mim, sei que posso parecer um tolo por isso, mas não me importo, pois em minha opinião a chuva é um espetáculo magnífico, tão envolvente quanto uma apresentação do fabuloso Cirque du Soleil.
            Acho impressionante a forma hora serena, hora irada com que chove, com variações incontáveis que vão de milhões a bilhões e de bilhões a trilhões de pequenas gotas cristalinas que há alguns segundos estavam unidas em nuvens cinzentas e que agora se separam em queda livre pelo ar.
            Não há som melhor do que o barulho da chuva caindo, através das gotas que se desmancham nas folhas das árvores, dos pingos se unindo em torrente no chão fazendo riachos pelo asfalto, gosto de ouvir o som que ela faz nos telhados das casas fazendo surgir bicas logo em seguida, acredito que tudo isso faz bem ao ouvido e ao espírito.
            Gosto daquele ar úmido e suave que enche nossos pulmões de vida e da forma como a noite fica auspiciosa a abraços e ao sono quando chove. A chuva é romântica é das mais lindas expressões da natureza, infeliz é a terra e pobre a nação que não a têm com certa regularidade.
            Acredito que o banho de chuva é uma terapia, todos nós deveríamos tomar mais banhos de chuva no decorrer de nossas vidas. Quantas vezes eu estive mal e tudo o que eu precisava era disso, um banho de chuva, chapinhando pelas poças jogando água nas pessoas, juro que parece que literalmente eu lavava a minha alma e renovava o meu astral, então um conselho a você que futuramente venha a ficar triste ou mal num dia de chuva, saia de onde estiver guarde o que for estragar e vá se molhar, tenho certeza que você vai se sentir melhor depois de tudo isso.
            Certa vez ouvi um personagem de um dos meus filmes favoritos dizer: “Deus está na chuva.” Concordo em partes com isso, pois acredito que Deus está em tudo o que é bom e principalmente na chuva, pois é ela que rega os campos que nos alimentam, que renova os rios que nos saciam, que dá vida aos jardins que nos encantam e as árvores que nos dão sombra nos dias de sol. Chuva é símbolo de vida e renovação constante, que inspira poetas e músicos a escrever sobre a sua beleza que dá vida á tudo.  Então eu repito como a personagem: “Deus está na chuva.”
           

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