26 abril 2011

Os quatro ventos.

        Os ventos cantam, gritam e ás vezes sussurram em meus ouvidos, cada vez eles me trazem uma mensagem que me incita, uma canção que me toca e um deles se me traz um perfume que me enfeitiça, através de seu sopro inconfundível que vem de forma alternada dos quatro cantos cardeais.
            Nas vezes que ele vem do Norte me diz baixinho que veio de muito longe e que vai pra mais longe ainda rasgando os céus de forma invisível levando as nuvens consigo de forma suave, mas irresistível. Ele ainda me fala de outras terras e horizontes que eu deveria conhecer antes de partir, sem esquecer-se de se gabar por ser um grande viajante.
            O vento que sopra do Leste vem sorridente lado a lado da alvorada acompanhando-a do oriente ao ocidente num passeio alegre trazendo consigo os ares do Atlântico e algum vestígio de maresia que foi ficando pelas matas e montanhas do caminho até aqui. Ele brinca balançando as folhas das árvores e de vez em quando leva uma sacola de plástico ou uma simples pluma para dançar nas alturas á vista de todos, imprimindo uma vontade geral de sair voando por aí com ele e como ele, que diz sem palavra alguma: “morram de inveja”.
            O vento do Sul é frio e intimo da noite. Indiscutivelmente o favorito dos casais que se abraçam compartilhando o calor de seus corpos num abraço de laço, que causa um arrepio confuso por não se saber se sua causa é o frio do vento ou o próprio calor dos enamorados. Ele costuma fazer o céu chorar sem motivo regando os campos e prados só para vê-los florir na primavera, de todos é o mais romântico.
            Agora o vento do Oeste é o mais misterioso de todos, não sussurra, não canta, não grita, não chora e nem sorri... Ele é taciturno e silencioso. Causa alguns redemoinhos de poeira ao vento, acaricia minha face nos fins de tarde e o mais intrigante... Me traz um perfume meio difuso pela distância, acho que de um Jasmim que brotou em algum lugar pros lados de onde ele veio, e eu pergunto: “De onde veio tal perfume?”. E o que tenho mais próximo de uma resposta é um sopro ininteligível que nada me diz, e repito desesperadamente: “Por favor, fale comigo! Me conte os seus segredos e me diga de onde veio tal perfume? Onde está essa flor?”. E novamente aquele sopro indiferente se repete, me canso de implorar e enfim me calo.
           Dom Juan Ricthelly. 

3 comentários:

  1. Oooooooooooo meu Deus vc curtiu meu nome heim.
    Mas também quem manda my name ser tão inspirador.^^;

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  2. Hahá, só um poukinho que não é pra perder a graça.

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