18 abril 2011

Como não se tornar o amigo gay.

LIÇÃO I: SAIBA DIZER 'NÃO'.
Não há nada que um homo sapiens do sexo masculino não seja capaz de fazer, quando está apaixonado. Não há nada mesmo, sem nem perceber ou mesmo percebendo, só que sem se importar o cara se torna um refém de sua musa, e é capaz de fazer qualquer coisa que ela peça, mesmo que seja algo fora do seu alcance ou algo que vá foder com a sua vida posteriormente.
É normal que um cara faça isso quando está nesse estado emocional que é comparável a loucura, ainda mais quando é correspondido, mas o problema é quando a moça só o vê como um “amiguinho” e abusa disso. O idiota acredita que atendendo a todos os desejos e caprichos dela será um bom atalho para chegar ao seu coração, ledo engano meu camarada! A lição de hoje se resume a uma seguinte frase: “Saiba dizer não a ela.” Sei que isso não é algo simples, eu mesmo já passei por isso várias vezes. Vou narrar de forma suscinta uma delas. Foi mais ou menos assim:
Ela me liga ás 22:00 me dizendo:
ELA: Alô? Juan?
EU: Alô. (“Que legal, ela ligou pra mimJ)
ELA: Poxa. Eu tenho um trabalho manuscrito de no mínimo 25 páginas pra entregar amanhã cedo e não sei o que faço... – com voz chorosa e desesperada – (“Faz pra mim?)
EU: Sério?! Qual o tema? (“Coitadinha dela... L)
ELA: Sobre o Império Romano. Tem como você me ajudar? (“Faz pra mim?)
EU: Claro, tem sim.
ELA: Então, tchau. (Idiota! Eu sabia que você ia fazer.)
EU: Tchau. (“Que legal, ela precisou de mim.)
Enfim, eu desisti de assistir Tela Quente e comecei a fazer esse maldito trabalho exatamente 2 minutos depois disso e fui terminar ás 5:00, sendo que ás 7:30 eu tinha que estar na escola, fiz um trabalho impecável, quase uma monografia de doutorado feita a mão seguindo rigidamente as normas da ABNT e ainda recortei as gravuras dos meus livros de história para colar no trabalho (eu amava os meus livros de história, você tem noção do que é isso? Tá... Eu sei que sou um retardado).
E adivinhem o que eu ganhei no final? Sério tentem adivinhar! Conseguiram? Se não, lá vai: Eu ganhei a gratidão dela expressada através de um belo abraço acompanhado de um “muito obrigada, eu não sei o que seria de mim sem você”. Puta que pariu!!! Agora me respondam vocês, o que dá pra se fazer com um “muito obrigada, eu não sei o que seria de mim sem você”??? Melhor, não respondam, tenho medo da respostas que podem surgir.
            A questão é que a lazarenta sabia dos meus sentimentos por ela e tinha certeza que eu faria tudo o que ela me pedisse. Esse é um dos maiores males que um cara pode fazer a si mesmo, se considerar o gênio da lâmpada mágica capaz de realizar não só três desejos, mas quantos sua ama pedir. Você já deve se ter feito a seguinte pergunta: Eu faço tudo o que ela me pede, porque ela não fica comigo?
Primeiro porque ela não quer, não importa o importa o quanto você ache que a ame, não importa o que você faça ou o que você conquiste, ela não vai te querer, porque até uma estátua fria de bronze é mais homem que você, pelas mesmas razões que expliquei no capítulo anterior e por tantas outras que explicarei nos próximos.
Segundo porque você faz tudo o que ela pede, você é capaz de realizar os 12 trabalhos de Hércules por ela e no fim ela não vai ter que te beijar e você vai continuar fazendo tudo denovo e ela vai continuar não te beijando, e acaba se tornando um ciclo vicioso onde você é o único viciado em uma droga que nunca provou e ela a única beneficiária de fato.
Terceiro porque você já consolidou o seu papel de amigo gay, justamente por mais outras coisas e por não saber dizer não.
Então se quiser não falhar mais nesse quesito te aconselho a entender a diferença básica entre atender vontades e atender necessidades, não vá ser um retardado interpretando o que eu disse no sentido de dizer não a tudo o que ela disser. Antes de fazer qualquer coisa pra ela, se questione: Isso é uma necessidade legitima dela ou só uma vontade?
Atendendo a necessidades você talvez terá alguma chance, mas atendendo a meros caprichos você sempre irá ouvir no fim: “Muito obrigado, você é um bom amigo”.

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