23 julho 2012

Divagação Monologa



Ultimamente tenho andado tão confuso, tão cético e em alguns momentos radical com certas coisas. Logo eu que sempre me distanciei de pessoas radicais e extremistas, isso chega a ser irônico.
            No início o meu radicalismo era contra fanáticos religiosos, depois contra lunáticos e posteriormente contra qualquer pessoa religiosa que viesse dialogar comigo sobre religião. Por um tempo tentei me manter longe de discussões, porque sei o quanto elas são infrutíferas, pois não farei as pessoas mudarem de ideia e nem elas conseguirão me convencer do que quer que elas acreditem.
            Cada vez eu tento me controlar e evitar embates e debates sobre assuntos religiosos. Não me considero o dono da verdade, pois como o grande Sócrates dizia: Só sei que nada sei. E eu me coloco nesse mesmo patamar, de ignorante que nada sabe, pois é isso que sou, mas diferente de tantas pessoas reconheço a minha ignorância, e sempre estou disposto a trocar ideias, a pensar e mudar de opinião caso perceba que estou errado, pois graças a Deus, não sou uma rocha, sou um ser pensante que é suscetível a mudanças e acredita em apenas uma verdade absoluta, a de que não há verdades absolutas.
            Mas como já pude constatar através de muita observação e bastante diálogo, a Fé é a coisa mais intima que uma pessoa possui, chegando a ser uma extensão de sua personalidade que chega a se sobrepor a própria Personalidade, ao próprio Ser. É algo tão intimo que as pessoas se ofendem quando alguém não crê no que elas acreditam. Hoje pude vivenciar isso, as pessoas postam diariamente mensagens religiosas no Facebook, desde que tal postagem seja de acordo com o padrão religioso vigente tudo bem. Caso não seja aí a coisa muda de figura, todos caem matando naquele que acredita em algo diferente da maioria. Eu cheguei ao cúmulo de receber um comentário de um amigo bem próximo dizendo que sentia pena de mim... WTF!!! Sou digno de pena por não acreditar em algo que todo mundo acredita, eu fiquei com pena dele também.
            A questão é... Isso serve inclusive pra mim. Quem diferença faz na minha vida uma pessoa acreditar em Buda, Alá ou Jeová? Que diferença o que acredito pode fazer na vida das pessoas? De que forma uma pessoa ser teísta ou ateísta me afeta? A resposta para tais perguntas e tantas outras que poderiam soar de forma semelhante é única e inconfundível... Não muda nada. E isso inevitavelmente me leva a outra pergunta: E porque a crença ou não crença dos outros nos incomoda? Lembrem-se que vocês são livres para responder o que quiserem e até discordarem de mim, pois não sou o dono da verdade.  Mas acredito que o problema está em acharmos que o outro está errado, acharmos que estamos corretos e tentarmos mudar a opinião do outro na marra sem ficarmos atentos a certos detalhes. Talvez a solução seja não nos importarmos com o que os outros acreditam, pois como concluímos, a crença alheia não muda nada em nossas vidas, portanto não devemos permitir que ela nos afete.
            Lembremos sempre que todos têm o direito de acreditarem no que quiserem e serem respeitados por sua escolha, mesmo que não concordemos e achemos completamente absurdo e longe da realidade, devemos respeitar. Caso ainda assim seja difícil não se doer, lembre-se ou tente imaginar quantas pessoas mataram e morreram em nome do que acreditavam. Vamos exercer a liberdade religiosa em sua plenitude, respeitando e sendo respeitados.

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