01 setembro 2011

Divagação Monologa: Amores impossíveis

Romeu e Julieta, o casal símbolo do amor impossível.
            Há quanto tempo você não sabe o que é amar? Ou o que é ser amado de verdade? Essa foi a primeira coisa que veio a minha cabeça ao tentar pensar em algo para falar desse assunto que talvez não seja familiar a muitas pessoas hoje em dia. Caso você tenha achado a pergunta idiota me perdoe, e se por acaso se sentir a vontade para respondê-la poste nos comentários, seria legal um pouco de interação entre escritor e leitor, um pouco além da leitura... Por hora chega de divagações da minha parte e voltemos ao tema que me propus a escrever.
            ... Amores Impossíveis... Isso é algo que não tem saído da minha mente desde que li um romance português chamado ‘Amor de Perdição’ de Camilo Castelo Branco, esse não foi o primeiro romance que li, mas ele me chocou pela razão de ter sido baseado em fatos reais. Sou um viciado em romances, já li Romeu e Julieta, Hamlet, Antônio e Cleópatra... Todos de Shakespeare, e os clássicos O mulato, A moreninha e Diva e mais tantos outros que não me lembro agora. E uma coisa comum a quase todo bom romance é o amor impossível de se viver numa época em que o amor era na maioria das vezes um ideal a se atingir em outra vida ou além da morte, sei que tem todo o lado ficcional excessivamente dramático que faz parte da receita e também sei que a ficção ás vezes retrata a realidade.
            E eis o primeiro ponto a que eu gostaria de chegar, é claro que não vivi nos séculos passados, mas acredito que as coisas eram piores do que possamos imaginar, acredito que as pessoas sofriam horrores para viver uma história de amor, que era sufocada pelos costumes e pela rigidez conservadora da sociedade que fazia casamentos com base em interesses econômicos e não de acordo com o que as pessoas realmente sentiam umas pelas outras, as emoções ficavam em último plano. Me entristeço ao tentar imaginar: quantos casais foram impedidos de se amarem? Quantos amores morreram e quantas pessoas sentiram na pele o que é amar perdidamente uma pessoa e ter a certeza de que não vai viver esse amor? E tudo isso acontecia por razões idiotas como, desavenças familiares ou classe social. Peço a você que está lendo esse texto que tente voltar no tempo e se imaginar numa situação dessas... Como é horrível ter a certeza de que isso aconteceu muitas vezes, em muitos lugares do mundo inteiro.
            Graças a Deus os tempos mudaram e hoje já não isso de casamento arranjado, de vilões apaixonados que se uniam com a família da mocinha para separá-la de seu amor. Os amores não são mais sufocados da forma que eram antes, acredito que isso provavelmente ainda exista em algum lugar que seja dominado por uma cultura retrógada, mas não é mais a regra geral como já foi um dia. E o segundo ponto que eu gostaria de chegar é que atualmente somos mais livres para amar que nossos antepassados, que hoje nós temos o que me atrevo de chamar de ‘liberdade emocional’. É claro que ainda existem pequenas coisas como, por exemplo, o pai ou a mãe da sua namorada (o) não gostarem de você (o que não é o meu caso), mas isso não é nada comparável ao que já houve um dia.
           Acho que ainda existem amores impossíveis, mas não pelas mesmas razões pretéritas, a impossibilidade hoje está no fato das pessoas não se darem uma chance de amar verdadeiramente, não existe aquela juventude que suspira e escreve poemas, ninguém quer mais viver um romance embora sejam livres para amarem a quem seus corações ordenarem e isso é lamentável, pois quando lembro ou imagino os amores assassinados no decorrer da história, fico triste em visualizar que muitos adorariam ter tido essa liberdade que temos hoje para amar e ser amados.

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