17 maio 2012

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Que não seja imortal posto que é chama, mas que seja eterno enquanto dure.” O trecho citado faz parte do Soneto de Fidelidade de Vinicius de Moraes, e expressa de forma genial a essência de um relacionamento amoroso. Que em suma quer nos dizer, ‘nada é pra sempre, tudo tem um fim, mas curta como se jamais fosse acabar’.

            Mas a questão que me intriga é: Porque 99,9999999999% das histórias de amor são fadadas ao fracasso?

            Tudo começa lindo e maravilhoso, o casal se ama numa intensidade esplendorosa e você enfim na sua vida se sente vivendo:

-Uma peça de Shakeaspeare (com um início fantástico, um meio tempestuoso e algo que você nem cogita, uma final dramático);

-Ou uma comédia romântica (só que ninguém pensa que tais filmes só mostram o majestoso início e não o porém de tudo aquilo);

-Ou algo mais próximo de nossa realidade, uma novela (com a diferença de que o mal prevalece e o casal se separa).

            Mas ainda a pergunta clama por uma resposta, que eu muito provavelmente não serei capaz de responder até o fim desse texto.

            Só posso dizer que a minha experiência é pouca, e pelo pouco que vivi e o muito que senti nesse tão pouco, é que o homem quando lida com o amor está lidando com algo muito além de suas capacidades, ele é como a criança que brinca com fogo e que no final vai acabar se queimando gravemente, sem talvez jamais crescer, mas ficando com as cicatrizes do passado que o fará tremer novamente diante de uma fogueira.

            E por mais duro que seja admitir, eu fui uma dessas crianças e quem dera eu ter ganhando apenas algumas cicatrizes, há quem dera, quem dera mesmo... Infelizmente estou carbonizado dos pés a cabeça, totalmente desorientado e confuso como nunca estive.

            O que mais agonia é o medo que sinto agora, medo de não ter sido especial e de um dia esbarrar com ela na rua e vê-la com outro, não vai importar quanto tempo tenha passado, só sei que vai doer e muito. Vou olhá-la e vou pensar mil coisas, mas o que vai gritar mais alto em minha mente será: ‘Ela foi minha!’, cenas e mais cenas passarão e minha mente e talvez eu dê um aceno, pare pra falar com eles inundado em lágrimas dentro de mim mesmo... ‘Ela foi minha... minha’. E talvez ela pense ‘Esse cara já rasgou o meu coração...

            Eu queria de coração ter feito parte de dos 0,0000000001%, mas infelizmente brincar com fogo e sair ileso é para pouquíssimos, e cheguei a conclusão de que não sou um deles, mas ainda assim canto com orgulho aquele trecho de uma música de Djavan que diz: “Eu só sei, que amei, que amei, que amei...

            Boa sorte no amor a todos que se aventurarem por seus caminhos sinuosos e traiçoeiros, se vocês caírem, se queimarem ou se machucarem por qualquer outro motivo, nos encontramos na UTI.

Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada, mesmo que distante.

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