Eu queria saber porque nas noites de verão
Sinto tanto frio
Acordo cedo todas as manhãs em busca de algo
Que desconheço, não encontro
E por isso me sinto incompleto e vazio
Caminho por noites enluaradas
Olhando as estrelas
Me perguntando a razão de tudo isso
Chego a enlouquecer sozinho
Em meio a devaneios e questionamentos
Sem sentido
Sonhei milhares de vezes
Com alguém sem rosto, sem nome
Mas que me amava enquanto eu sonhava
E que me fazia sofrer por ser uma mera fantasia
E não a realidade de um dia qualquer
Chorei em meio às pedras
E elas choravam silêncio comigo
Mas me ouviam a cada segundo
Sem se importar com os motivos
De tudo aquilo
Tem horas que eu grito o máximo que posso
Chego a ficar sem voz
Fico com a respiração ofegante
Olho pro céu azul
E depois do cansaço dou um suspiro
Olho pro horizonte até a minha vista cansar
Vejo montanhas e vales
Imagino um lugar que talvez na exista
E surge uma vontade imensurável
De sair voando para lá.
Dom Juan Ricthelly, Gama-DF, 2010.
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