“Que não seja imortal posto que é chama, mas que
seja eterno enquanto dure.” O trecho citado faz parte do Soneto de
Fidelidade de Vinicius de Moraes, e expressa de forma genial a essência de um
relacionamento amoroso. Que em suma quer nos dizer, ‘nada é pra sempre, tudo
tem um fim, mas curta como se jamais fosse acabar’.
Mas
a questão que me intriga é: Porque 99,9999999999% das histórias de amor são
fadadas ao fracasso?
Tudo
começa lindo e maravilhoso, o casal se ama numa intensidade esplendorosa e você
enfim na sua vida se sente vivendo:
-Uma peça de Shakeaspeare (com um
início fantástico, um meio tempestuoso e algo que você nem cogita, uma final
dramático);
-Ou uma comédia romântica (só que
ninguém pensa que tais filmes só mostram o majestoso início e não o porém de
tudo aquilo);
-Ou algo mais próximo de nossa
realidade, uma novela (com a diferença de que o mal prevalece e o casal se
separa).
Mas
ainda a pergunta clama por uma resposta, que eu muito provavelmente não serei
capaz de responder até o fim desse texto.
Só
posso dizer que a minha experiência é pouca, e pelo pouco que vivi e o muito
que senti nesse tão pouco, é que o homem quando lida com o amor está lidando
com algo muito além de suas capacidades, ele é como a criança que brinca com
fogo e que no final vai acabar se queimando gravemente, sem talvez jamais
crescer, mas ficando com as cicatrizes do passado que o fará tremer novamente
diante de uma fogueira.
E
por mais duro que seja admitir, eu fui uma dessas crianças e quem dera eu ter ganhando
apenas algumas cicatrizes, há quem dera, quem dera mesmo... Infelizmente estou
carbonizado dos pés a cabeça, totalmente desorientado e confuso como nunca
estive.
O
que mais agonia é o medo que sinto agora, medo de não ter sido especial e de um
dia esbarrar com ela na rua e vê-la com outro, não vai importar quanto tempo
tenha passado, só sei que vai doer e muito. Vou olhá-la e vou pensar mil
coisas, mas o que vai gritar mais alto em minha mente será: ‘Ela foi minha!’, cenas e mais cenas
passarão e minha mente e talvez eu dê um aceno, pare pra falar com eles
inundado em lágrimas dentro de mim mesmo... ‘Ela foi minha... minha’. E talvez ela pense ‘Esse cara já rasgou o meu coração...’
Eu queria de coração ter feito parte
de dos 0,0000000001%, mas infelizmente brincar com fogo e sair ileso é para pouquíssimos,
e cheguei a conclusão de que não sou um deles, mas ainda assim canto com
orgulho aquele trecho de uma música de Djavan que diz: “Eu só sei, que amei, que amei, que amei...”
Boa sorte no amor a todos que se
aventurarem por seus caminhos sinuosos e traiçoeiros, se vocês caírem, se
queimarem ou se machucarem por qualquer outro motivo, nos encontramos na UTI.
“Que a mulher que eu amo seja pra sempre
amada, mesmo que distante.”
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